No artigo de hoje, explicamos o conceito de arquitetura de microsserviços, um dos vários estilos que pode adoptar. Explicaremos também as características e benefícios da utilização deste estilo no desenvolvimento de uma aplicação.

O que são microsserviços?

Os microsserviços são um tipo de arquitetura e uma abordagem organizacional que permite dividir uma grande aplicação em pequenas partes independentes. Uma arquitetura de microsserviços coloca cada elemento de funcionalidade num serviço separado.

Os microsserviços permitem estruturar uma aplicação como um conjunto de serviços que facilitam a manutenção, facilitando o trabalho dos programadores. Cada serviço tem uma base de código separada, que pode ser gerida por uma pequena equipa de developers.

Além disso, os microsserviços são acoplados de forma solta e independente. Estas características tornam-nos mais fáceis de testar e implementar. Além disso, esta independência torna-os óptimos para capacidades empresariais especificamente orientadas.

Numa arquitectura de microsserviços, os serviços comunicam uns com os outros utilizando APIs bem definidos.

Segundo o Google Cloud, os containers podem ser considerados uma arquitetura de microsserviços bem organizada. Continue a ler para saber mais sobre as características dos microsserviços.

Vantagens dos microsserviços

Antes de mais, os programadores utilizam a arquitectura de microsserviços para acelerar o desenvolvimento de aplicações. Como os microsserviços são autónomos, cada um dos seus componentes pode ser desenvolvido, implantado, operado e dimensionado sem afetar o funcionamento de outros serviços.

Devido à sua agilidade, as equipas de microsserviços podem atualizar o código mais facilmente sem tocar ou redistribuir toda a aplicação. Também facilita a depuração e o teste das aplicações.

A escalabilidade é, também, uma das características mais relevantes dos microsserviços. Como já dissemos, cada serviço é um componente separado. Assim, as equipas podem escalar uma única função ou serviço sem escalar toda a aplicação.

Uma das vantagens de ter uma aplicação descentralizada e desacoplada em serviços é aumentar a sua resistência ao fracasso. É possível lidar com uma falha de um serviço sem que toda a aplicação fique bloqueada.

Com os microsserviços, as equipas de developers evitam utilizar a mesma ferramenta para cada tarefa. Os programadores podem utilizar diferentes linguagens de programação, estruturas, ou serviços auxiliares, comunicando confortavelmente com os outros serviços dentro da aplicação.

Desafios de usar microsserviços

Qualquer ação que exija a leitura de registos será muito mais árdua. Ou o sistema de login é extremamente avançado e pode fundir todos os logs de microsserviços num ficheiro/modelo compreensível, ou a parte interessada em obter essa informação terá de rever muitos ficheiros separados.

Apesar de permitir diferentes linguagens ou estruturas de programação para cada serviço, estes ainda têm de ser compatíveis se for necessária uma interação entre os serviços.

Tenha em mente que para utilizar os microsserviços, os programadores precisam de experiência sénior. A construção de grandes aplicações seguindo este tipo de arquitetura pode facilmente tornar-se demasiado complexa para qualquer desenvolvedor a começar a carreira. Não só devido aos desafios mencionados, mas também à falta de governação, possível congestionamento e latência da rede, e integridade dos dados, o que pode equivaler a aplicações ineficientes.

Quem usa a arquitetura de microsserviços?

Algumas das empresas mais conhecidas e influentes no mercado utilizam arquiteturas de microsserviços. A começar pela Netflix, o gigante responsável por mais de 14% do tráfego da Internet, é considerado um dos pioneiros no mundo dos microsserviços. A Netflix utiliza microsserviços para manutenção e fiabilidade. Utiliza também este estilo para monitorizar a popularidade dos filmes e programas de televisão, ganhando a vantagem de produzir programas que as pessoas querem ver.

A Amazon, que cresceu de uma livraria para a maior plataforma de comércio electrónico do mundo, adotou a arquitetura de microsserviços para resolver todos os estrangulamentos causados pelo crescimento da empresa. Com este processo, a Amazon automatizou os processos operacionais, permitindo-lhes dimensionar os serviços em função do tráfego e das necessidades comerciais.

Quase toda a gente conhece a Uber. A empresa também migrou de uma aplicação monolítica para uma arquitetura de microsserviços para acompanhar o crescimento da empresa. Atualmente, a Uber utiliza microsserviços para gerir todos os processos empresariais.

Com mais de 381 milhões de utilizadores ativos em todo o mundo e 172 milhões de assinantes premium, o Spotify recorreu aos microsserviços para dar "à aplicação a capacidade de escalar rapidamente, implantando diferentes serviços em diferentes máquinas com desempenho personalizado, dependendo da procura de cada serviço".

A multinacional americana de comércio electrónico eBay utiliza milhares de microsserviços para otimizar as suas operações comerciais e de comércio eletrónico.

Várias outras empresas utilizam os microsserviços como solução para o seu crescimento. Como mencionado acima, este tipo de arquitetura é ideal para a escalabilidade, agilidade, capacidade de gestão e velocidade de entrega.

Tenha em mente que deve escolher a melhor solução para o seu projeto e não a mais utilizada ou a que é uma tendência.

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