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O Google + acabou: conheça o percurso da rede social desde a sua criação

O Google +, a rede social da Google, acabou de vez. Depois de anos a adiar o inevitável, a Google anunciou no mês passado que é o fim da linha para o Google Plus. As razões: baixa utilização dos utilizadores e, acima de tudo, uma falha na proteção dos dados de cerca de 500 mil utilizadores.

Em março deste ano, o Facebook viu-se envolvido num escândalo de enormes dimensões juntamente com a empresa Cambridge Analytica, tornando-se pública a enorme falha de segurança da rede social de Mark Zuckerberg. Na mesma altura, o Google investigou a sua própria estrutura e descobriu um bug na API do Google+ que permitia que aplicações terceiras  acedessem não só aos dados de utilizadores que deram permissão para tal, mas também das suas ligações.

Sabe-se agora que a Google tem conhecimento desta fuga de informação há meses, mas não a divulgou para evitar um escândalo. Tudo isto ditou o fim do Google +. No entanto, nem sempre foi assim: o projeto Google + nasceu cheio de expectativas. Neste artigo, viajamos pela história do Google +, desde a sua criação até à sentença de morte.

Junho 2011: o lançamento

Em Julho de 2011 a Google revelou a sua nova rede social: o Google Plus (G+). O lançamento veio depois de várias tentativas de criação de redes sociais falhadas, como o Google Friend Connect (2008-2012) e o Google Buzz (2010-2011). Das redes sociais operadas pela Google, apenas o Orkut teve sucesso, especialmente no Brasil e Índia, não tendo grande expressão no resto do globo. O Orkut terminou em 2014.

O Google + baseava-se na criação de grupos de contactos chamados Círculos, de forma aos utilizadores terem mais controlo sobre a forma como partilham e o que partilham com os seus diferentes círculos (colegas de trabalho, família, amigos, etc…). Nas duas semanas posteriores ao lançamento, o Google + atingiu os 10 milhões de utilizadores. No entanto, o grande concorrente, o Facebook,  comentou publicamente que não via o Google + como uma ameaça, uma vez que não basta gastar utilizadores, havia que mantê-los.

Janeiro de 2012: obrigatoriedade de ter Google +

Passado o entusiasmo inicial, e não tendo o Google + o crescimento esperado, a Google começou a obrigar os utilizadores a ter uma conta no Google + para criar uma conta no Gmail. As integrações forçadas tornaram-se uma das grandes críticas contra o Google +.

Setembro de 2013: invasão do Youtube

Um dos grande erros do Google + foi implementado em setembro de 2013. A partir daqui, para comentar no Youtube era necessária uma conta no Google +. O objetivo do Google era que os 200 milhões de utilizadores do Youtube se juntassem ao Google + e dessem tráfego à rede social. No entanto, os utilizadores não gostaram. A integração durou até Julho de 2015, satisfazendo os utilizadores, mas não o suficiente para que voltassem ao Google +.

Em novembro de 2015, o Google+ sofreu uma enorme reformulação a nível visual e também do funcionamento. O renovado Google+ focava-se mais nos interesses dos utilizadores, permitindo que criassem ligações à volta de temas, com as Comunidades e Coleções. Infelizmente, a nova organização e aspeto colorido não permitiram recuperar a tração: era o fim anunciado para o Google +.

Desde então, pouco se ouviu falar do Google+. O site ainda estava lá, mas com muito pouca utilização. Os moderadores das comunidades queixavam-se do spam constante, que não conseguiam acompanhar. A falta de ação do Google em relação a este problema demonstrou claramente que salvar a rede social não era prioritário e que o fim estava próximo.

Chegando ao presente, em Outubro de 2018 foi revelado que sites terceiros tinham tido acesso aos perfis dos utilizadores do Google + desde 2015. A Google tomou conhecimento do problema, mas decidiu não informar os utilizadores. No total, 496.951 nomes completos, endereços de e-mail, datas de nascimento, informação de género, fotos de perfil, lugares visitados, ocupação e estados de relacionamento foram expostos.

A Google diz não possuir evidências de que os dados foram utilizados, mas decidiu encerrar o site do Google+ direcionado para o consumidor devido à sua falta de utilização. A plataforma irá continuar disponível como um produto interno para empresas e não como um produto para o consumidor final. É o fim do Google +, que ficará para a história como uma tentativa falhada do Google de lançar uma rede social. Infelizmente, os consumidores não demonstram ter muitas saudades.

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